Métodos
de Escavação de Valas
Este trabalho
refere-se aos métodos de escavação de valas, a NBR 12.266 é a norma e fixa as condições exigíveis para projeto e
execução de valas para assentamentos de tubulações de água, esgoto ou drenagem
urbana e também estabelece critérios para posicionamento da vala na via pública
e dimensionamento do escoramento. O processo se desenvolve nas definições
essenciais; tipos de escavação; medidas preventivas e sinalização; dimensionamento, posicionamento e preparo
do fundo da vala; escavação; escoramento; esgotamento e o reaterro da vala e
recomposição do pavimento.
Principais
definições:
Escavação: Remoção de
solo, desde a superfície natural do terreno até a cota especificada no projeto.
Vala: Abertura feita
no solo, por processo mecânico ou manual, com determinada seção transversal,
destinada a receber tubulações.
Escoramento: Toda a
estrutura destinada a manter estáveis os taludes das escavações.
Esgotamento: Operação que
tem por finalidade a retirada da água da vala, de modo a permitir o
desenvolvimento dos trabalhos sem seu interior.
Leito carroçável: Espaço
compreendido entre dois meios-fios.
Fundo da vala: Parte inferior
da vala, sobre a qual a tubulação é apoiada diretamente ou através de um berço
adequado.
Profundidade da
vala:
Diferença de nível entre o fundo da vala e a superfície do terreno.
Reaterro da vala: Recomposição
de solo desde o fundo da vala até a superfície do terreno.
Rebaixamento de
lençol:
Operação que tem por finalidade eliminar ou diminuir o fluxo de água do lençol
freático para o interior da vala, através de sistema apropriado.
Tipos
de escavação:
Escavação manual: Escavação realizada com auxílio
de ferramentas manuais.
Escavações mecanizadas: Escavação
realizada com uso de equipamentos motorizados (por exemplo: escavadeira,
retro-escavadeira, etc.) ou pneumáticos.
Escavações taludadas: São escavações
executadas com as paredes em taludes estáveis, podendo ter patamares (bernas ou
plataformas), objetivando melhorar as condições de estabilidade dos taludes.
Riscos
comuns:
·
Realização
de escavações abaixo do lençol freático;
·
Realização
de trabalhos de escavações sob condições meteorológicas adversas;
·
Obstrução
de vias públicas; - Recalque e bombeamento de lençóis freáticos; - Falta de
espaço suficiente para a operação e movimentação de máquinas.
Medidas
preventivas
Antes de iniciar
os serviços de escavação, fundação ou desmonte de rochas, certificar-se da
existência ou não de redes de água, esgoto, tubulação de gás, cabos elétricos e
de telefone, devendo ser providenciada a sua proteção, desvio e interrupção,
segundo cada caso. Em casos específicos e em situações de risco, deve ser
solicitada a orientação técnica das concessionárias quanto à interrupção ou à
proteção das vias públicas. O responsável técnico deverá encaminhar ao CREA e
aos proprietários das edificações vizinhas cópias dos projetos executivos,
incluindo as técnicas e o horário de escavações a serem adotados. Recomenda-se
o monitoramento de todo o processo de escavação, objetivando observar zonas de
instabilização global ou localizada, a formação de trincas, o surgimento de
deformações em edificações e instalações vizinhas e vias públicas.
A área de
trabalho deve ser previamente limpa, devendo ser retirados ou escorados
solidamente. Árvores, rochas, equipamentos, materiais e objetos de qualquer
natureza, quando houver risco de comprometimento de sua estabilidade durante a
execução de serviços. Escavações com mais de 1,25 m de profundidade devem
dispor de escadas de acesso em locais estratégicos, que permitam a saída rápida
e segura dos trabalhadores em caso de emergência. - Devem ser construídas
passarelas de largura mínima de 0,80 cm, protegidas por guarda-corpos com
altura mínima de 1,20 m quando houver necessidade de circulação de pessoas
sobre as escavações. - - As escavações realizadas em locais cuja passagem de
pessoas e veículos seja obrigatória, devem ser equipadas com escadas, rampas,
pontes, e ou plataformas antiderrapantes, que devem ser fabricadas com
resistência mecânica adequada, guarda corpo e corrimão.
Devem ser
construídas passarelas fixas para o tráfego de veículos sobre as escavações,
com capacidade de carga e largura mínima de 4 m, protegidas por meio de guarda
corpo.
Sinalização:
Nas escavações
em vias públicas ou em canteiros, é obrigatória a utilização de sinalizações de
advertência e barreiras de isolamento. O Tráfego próximo às escavações deve ser
desviado e, na sua impossibilidade, a velocidade dos veículos deve ser
reduzida.
Alguns
tipos de sinalização usados:
Cones
Fitas
Cavaletes
Pedestal com iluminação
Placas de advertência
Bandeirolas
Grades de proteção
Tapumes
Sinalizadores luminosos
Posicionamento da vala:
O posicionamento
deve ser feito no projeto de acordo com as normas municipais de ocupação das
várias faixas da via pública. Quando o posicionamento não estiver bem definido
ou for inexequível, devem ser observadas algumas observações como, por exemplo:
A) As valas devem ser localizadas no
leito carroçável quando:
- os passeios laterais não tiverem a
largura mínima necessária ou existirem interferências de difícil remoção;
- resultar em vantagem técnica ou
econômica;
- a vala no passeio oferecer risco às
edificações adjacentes;
- os regulamentos oficiais impedirem sua
execução no passeio
B) As valas devem ser localizadas no
passeio quando:
- o projeto previr rede dupla;
- os passeios tiverem espaço disponível;
- houver vantagem técnica e econômica;
- a rua for de tráfego intenso e pesado;
-regulamentos municipais impedirem sua
execução no leito carroçável da rua.
Dimensionamento da vala:
No projeto, deve
ser fixada a seção-tipo, os valores máximos e mínimos para a largura do fundo e
a profundidade da vala. Para cada trecho, o projeto deve indicar o tipo de
seção mais conveniente, técnica e economicamente, em função das condições do
solo e do local da obra. As seções-tipos mais indicadas são:
a) a seção retangular, indicada para
valas simples com até 1,30 m de profundidade ou para valas mais profundas,
desde que convenientemente escoradas: - Portaria do Ministério do Trabalho
nº17, de 07/07/83 - item 18.6.4;
b) seções trapezoidais ou mistas
dispensam o uso de escoramento e deverão ser indicadas quando houver ocorrência
de solo estável, espaço disponível ou vantagem técnica e/ou econômica.
A largura do
fundo da vala deve ser fixada em função do solo, profundidade, processo de
execução, diâmetro do tubo e espaço necessário à execução das juntas.
A profundidade
da vala deve ser determinada a partir das cotas do projeto hidráulico e
acrescida da espessura dos eventuais elementos necessários ao apoio da
tubulação
Escavação:
O memorial
descritivo do projeto deve sugerir ou indicar, entre outros, os seguintes
itens:
a) métodos e equipamentos a serem
utilizados;
(b)alternativas para a superação das
interferências que serão encontradas durante a escavação;
c) locais mais adequados para a
deposição do material proveniente da escavação.
Escoramento:
O projeto deve
indicar o tipo mais adequado para cada trecho. Os tipos mais usados são:
a) pontaleteamento;
b) escoramento comum, descontínuo ou
contínuo;
c) escoramento especial (macho-fêmea);
d)escoramentos metálicos (estruturas,
pranchas, perfis metálicos, etc.)
Esgotamento:
O projeto deve
sugerir ou indicar o processo de esgotamento a ser adotado:
·
Quando
for indicada a utilização de dispositivos de bombeamento, devem ser previstos
as obras necessárias para a drenagem superficial das águas e também o
equipamento de esgotamento mais adequado.
·
Quando
for indicado rebaixamento do lençol freático por ponteiras filtrantes, deve ser
apresentado o projeto detalhado, sugerindo o equipamento mais conveniente.
·
Quando
for indicado rebaixamento do lençol freático através de poços filtrantes, deve
ser apresentado o projeto do sistema global de rebaixamento, sugerindo
inclusive o equipamento mais adequado.
Preparo do fundo da vala
O projeto deve
indicar o preparo mais adequado a ser dado ao fundo da vala, que pode ser:
a) acerto do solo natural;
b) substituição de solo;
c) lastro de material granular;
d) laje de concreto simples ou armado;
e) estaqueamento
Reaterro da vala e recomposição
do pavimento
No projeto,
devem constar, no mínimo:
a)especificação do material do reaterro
e área de empréstimo, se for o caso;
b)espessura da camada a ser compactada,
grau de compactação, desvio da umidade ótima e ensaio específico, além do
equipamento mais adequado para alcançar a condição de compactação desejada;
c)processo de retirada do escoramento à
medida que o reaterro é executado;
d)especificação e detalhamento do tipo
de acabamento a ser dado à superfície do terreno, atendendo às disposições
específicas dos órgãos municipais.
**Texto
escrito por Ana Luiza, Débora França, Renata Oliveira estudantes de Saneamento
Ambiental do IFPE.
Referencias:
NBR 12.266/92. Disponível em:
http://pt.scribd.com/doc/30914255/NBR-12266-NB-1349-Projeto-E-Execucao-de-Valas-Para-Assentamento-de-Tubulacao-de-Agua-Esgoto-Ou-Drenagem-Urbana
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAlFYAA/assentamento-tubos-concreto-redes-esgoto-sanitario
http://site.sanepar.com.br/sites/site.sanepar.com.br/files/informacoes-tecnicas/mos-4a-edicao/modulo_9_4ed_v00_-_assentamentos.pdfà
medida que o reaterro é executado;
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