sábado, 28 de fevereiro de 2015

Métodos de Escavação de Valas

Métodos de Escavação de Valas

Este trabalho refere-se aos métodos de escavação de valas, a NBR 12.266 é a norma e fixa as condições exigíveis para projeto e execução de valas para assentamentos de tubulações de água, esgoto ou drenagem urbana e também estabelece critérios para posicionamento da vala na via pública e dimensionamento do escoramento. O processo se desenvolve nas definições essenciais; tipos de escavação; medidas preventivas e sinalização; dimensionamento, posicionamento e preparo do fundo da vala; escavação; escoramento; esgotamento e o reaterro da vala e recomposição do pavimento.

Principais definições:

Escavação: Remoção de solo, desde a superfície natural do terreno até a cota especificada no projeto.
Vala: Abertura feita no solo, por processo mecânico ou manual, com determinada seção transversal, destinada a receber tubulações.
Escoramento: Toda a estrutura destinada a manter estáveis os taludes das escavações.
Esgotamento: Operação que tem por finalidade a retirada da água da vala, de modo a permitir o desenvolvimento dos trabalhos sem seu interior.
Leito carroçável: Espaço compreendido entre dois meios-fios.
Fundo da vala: Parte inferior da vala, sobre a qual a tubulação é apoiada diretamente ou através de um berço adequado.
Profundidade da vala: Diferença de nível entre o fundo da vala e a superfície do terreno.
Reaterro da vala: Recomposição de solo desde o fundo da vala até a superfície do terreno.
Rebaixamento de lençol: Operação que tem por finalidade eliminar ou diminuir o fluxo de água do lençol freático para o interior da vala, através de sistema apropriado.

Tipos de escavação:

Escavação manual: Escavação realizada com auxílio de ferramentas manuais.
Escavações mecanizadas: Escavação realizada com uso de equipamentos motorizados (por exemplo: escavadeira, retro-escavadeira, etc.) ou pneumáticos.
Escavações taludadas: São escavações executadas com as paredes em taludes estáveis, podendo ter patamares (bernas ou plataformas), objetivando melhorar as condições de estabilidade dos taludes.
Riscos comuns:

·         Realização de escavações abaixo do lençol freático;
·         Realização de trabalhos de escavações sob condições meteorológicas adversas;
·         Obstrução de vias públicas; - Recalque e bombeamento de lençóis freáticos; - Falta de espaço suficiente para a operação e movimentação de máquinas.

Medidas preventivas

Antes de iniciar os serviços de escavação, fundação ou desmonte de rochas, certificar-se da existência ou não de redes de água, esgoto, tubulação de gás, cabos elétricos e de telefone, devendo ser providenciada a sua proteção, desvio e interrupção, segundo cada caso. Em casos específicos e em situações de risco, deve ser solicitada a orientação técnica das concessionárias quanto à interrupção ou à proteção das vias públicas. O responsável técnico deverá encaminhar ao CREA e aos proprietários das edificações vizinhas cópias dos projetos executivos, incluindo as técnicas e o horário de escavações a serem adotados. Recomenda-se o monitoramento de todo o processo de escavação, objetivando observar zonas de instabilização global ou localizada, a formação de trincas, o surgimento de deformações em edificações e instalações vizinhas e vias públicas.
A área de trabalho deve ser previamente limpa, devendo ser retirados ou escorados solidamente. Árvores, rochas, equipamentos, materiais e objetos de qualquer natureza, quando houver risco de comprometimento de sua estabilidade durante a execução de serviços. Escavações com mais de 1,25 m de profundidade devem dispor de escadas de acesso em locais estratégicos, que permitam a saída rápida e segura dos trabalhadores em caso de emergência. - Devem ser construídas passarelas de largura mínima de 0,80 cm, protegidas por guarda-corpos com altura mínima de 1,20 m quando houver necessidade de circulação de pessoas sobre as escavações. - - As escavações realizadas em locais cuja passagem de pessoas e veículos seja obrigatória, devem ser equipadas com escadas, rampas, pontes, e ou plataformas antiderrapantes, que devem ser fabricadas com resistência mecânica adequada, guarda corpo e corrimão.
Devem ser construídas passarelas fixas para o tráfego de veículos sobre as escavações, com capacidade de carga e largura mínima de 4 m, protegidas por meio de guarda corpo.

Sinalização:

Nas escavações em vias públicas ou em canteiros, é obrigatória a utilização de sinalizações de advertência e barreiras de isolamento. O Tráfego próximo às escavações deve ser desviado e, na sua impossibilidade, a velocidade dos veículos deve ser reduzida.

Alguns tipos de sinalização usados:
Cones
Fitas
Cavaletes
 Pedestal com iluminação
Placas de advertência
Bandeirolas
Grades de proteção
Tapumes
Sinalizadores luminosos

Posicionamento da vala:
O posicionamento deve ser feito no projeto de acordo com as normas municipais de ocupação das várias faixas da via pública. Quando o posicionamento não estiver bem definido ou for inexequível, devem ser observadas algumas observações como, por exemplo:

A) As valas devem ser localizadas no leito carroçável quando:
- os passeios laterais não tiverem a largura mínima necessária ou existirem interferências de difícil remoção;
- resultar em vantagem técnica ou econômica;
- a vala no passeio oferecer risco às edificações adjacentes;
- os regulamentos oficiais impedirem sua execução no passeio

B) As valas devem ser localizadas no passeio quando:
- o projeto previr rede dupla;
- os passeios tiverem espaço disponível;
- houver vantagem técnica e econômica;
- a rua for de tráfego intenso e pesado;
-regulamentos municipais impedirem sua execução no leito carroçável da rua.

Dimensionamento da vala:

No projeto, deve ser fixada a seção-tipo, os valores máximos e mínimos para a largura do fundo e a profundidade da vala. Para cada trecho, o projeto deve indicar o tipo de seção mais conveniente, técnica e economicamente, em função das condições do solo e do local da obra. As seções-tipos mais indicadas são:

a) a seção retangular, indicada para valas simples com até 1,30 m de profundidade ou para valas mais profundas, desde que convenientemente escoradas: - Portaria do Ministério do Trabalho nº17, de 07/07/83 - item 18.6.4;

b) seções trapezoidais ou mistas dispensam o uso de escoramento e deverão ser indicadas quando houver ocorrência de solo estável, espaço disponível ou vantagem técnica e/ou econômica.

A largura do fundo da vala deve ser fixada em função do solo, profundidade, processo de execução, diâmetro do tubo e espaço necessário à execução das juntas.
A profundidade da vala deve ser determinada a partir das cotas do projeto hidráulico e acrescida da espessura dos eventuais elementos necessários ao apoio da tubulação

Escavação:
O memorial descritivo do projeto deve sugerir ou indicar, entre outros, os seguintes itens:

a) métodos e equipamentos a serem utilizados;
(b)alternativas para a superação das interferências que serão encontradas durante a escavação;
c) locais mais adequados para a deposição do material proveniente da escavação.

Escoramento:
O projeto deve indicar o tipo mais adequado para cada trecho. Os tipos mais usados são:

a) pontaleteamento;
b) escoramento comum, descontínuo ou contínuo;
c) escoramento especial (macho-fêmea);
d)escoramentos metálicos (estruturas, pranchas, perfis metálicos, etc.)

Esgotamento:
O projeto deve sugerir ou indicar o processo de esgotamento a ser adotado:

·         Quando for indicada a utilização de dispositivos de bombeamento, devem ser previstos as obras necessárias para a drenagem superficial das águas e também o equipamento de esgotamento mais adequado.
·         Quando for indicado rebaixamento do lençol freático por ponteiras filtrantes, deve ser apresentado o projeto detalhado, sugerindo o equipamento mais conveniente.
·         Quando for indicado rebaixamento do lençol freático através de poços filtrantes, deve ser apresentado o projeto do sistema global de rebaixamento, sugerindo inclusive o equipamento mais adequado.

Preparo do fundo da vala
O projeto deve indicar o preparo mais adequado a ser dado ao fundo da vala, que pode ser:

a) acerto do solo natural;
b) substituição de solo;
c) lastro de material granular;
d) laje de concreto simples ou armado;
e) estaqueamento

Reaterro da vala e recomposição do pavimento

No projeto, devem constar, no mínimo:

a)especificação do material do reaterro e área de empréstimo, se for o caso;
b)espessura da camada a ser compactada, grau de compactação, desvio da umidade ótima e ensaio específico, além do equipamento mais adequado para alcançar a condição de compactação desejada;
c)processo de retirada do escoramento à medida que o reaterro é executado;
d)especificação e detalhamento do tipo de acabamento a ser dado à superfície do terreno, atendendo às disposições específicas dos órgãos municipais.

**Texto escrito por Ana Luiza, Débora França, Renata Oliveira estudantes de Saneamento Ambiental do IFPE.

Referencias:

NBR 12.266/92. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/30914255/NBR-12266-NB-1349-Projeto-E-Execucao-de-Valas-Para-Assentamento-de-Tubulacao-de-Agua-Esgoto-Ou-Drenagem-Urbana
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAlFYAA/assentamento-tubos-concreto-redes-esgoto-sanitario
http://site.sanepar.com.br/sites/site.sanepar.com.br/files/informacoes-tecnicas/mos-4a-edicao/modulo_9_4ed_v00_-_assentamentos.pdfà medida que o reaterro é executado;


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