O Rio São Francisco e as ações antrópicas
Nessas décadas, o rio São
Francisco vem sendo alvo da influencia antrópica em torno dele, com grande
importância no abastecimento humano e irrigação, cidades nasceram em sua
margem, tanto quanto plantações em larga escala que se instalaram. Observando a
grande força que o velho Chico detinha, várias barragens foram feitas, essas
visando o controle do abastecimento e de irrigação das cidades e comunidades
que tinham o rio como auxilio principal (ou secundário) de renda. As obras de
engenharia somada com os maus tratos que as cidades fizera para com o rio trás uma
situação atual delicada, porém, solucionável.
A bacia do São Francisco vem sofrendo
degradações ao longo do tempo com sérios impactos sobre as águas e,
consequentemente, sobre a fauna aquática existente. A maioria dos povoados e
cidades não possui nenhum tratamento de esgotos domésticos e industriais,
lançando-os diretamente nos rios, o alto são Francisco detém grande
concentração demográfica com existência mínima de saneamento. No sub médio e
baixo São Francisco o uso intensivo de fertilizantes e defensivos agrícolas
também tem contribuído para a poluição das águas junto com o desmatamento das
matas siliares só pioram a qualidade do rio, apresentando assoreamento. Além
disso, os garimpos no alto São Francisco, a irrigação e as barragens
hidrelétricas são responsáveis pelo desvio do leito dos rios, redução da vazão,
alteração da intensidade e época das enchentes, transformação de rios em lagos,
etc. com impactos diretos sobre os recursos pesqueiros e na foz.
As barragens hidrelétricas e para irrigação
transformaram o rio São Francisco em alguns de seus tributários. Atualmente,
existe no rio um complexo de barragens da Companhia Hidrelétrica do Rio São
Francisco – CHESF, (Itaparica, Complexo Moxotó com Paulo Afonso I, II,III,IV e
Xingó). E até hoje é motivo de discussões entre os ambientalistas devido ao
trafego da fauna marinha vedado no rio e a diminuição da vazão do rio, um
grande problema, aumentando o assoreamento, comprometendo o canal navegável do
rio e uma das fontes de renda dos ribeirinhos, o turismo. Outro entrave com a
diminuição da vasão é o avanço do mar: permitindo que o mar avance adentro do
rio São Francisco, comprometendo as espécies que dependem diretamente da água doce para viver e reproduzir, o avanço do mar permite também a entrada de novas
espécies marinhas, descontrolando a cadeia alimentar que ali existira. Marques
(2003) aponta o caso do avanço do mar sobre áreas continentais, na foz do rio
São Francisco devido à diminuição da força das águas do rio, pela diminuição
de sua vazão. Muehe (2005) por sua vez, explica que além da diminuição da vazão
das águas, também o processo contínuo de transporte de sedimentos pelas águas
dos rios contribuem para constituir barreiras submersas que impedem o avanço
das águas marinhas nas áreas estuarinas
Analisando os fatos em
abordagem, a falta de estrutura de saneamento das cidades que vivem a margem do
São Francisco, o desmatamento das matas siliares, mata essa que é essencial
para a vida velho chico, a poluição no alto e médio São Francisco, os desvios
de pequenos canais com fins de beneficiar grandes monoculturas no sub médio
observamos e podemos concluir que há o descaso das politicas publicas das
cidades e a falta de conscientização da população, capitalista, que apenas vê o
grande poder econômico e benéfico que o rio move nas cidades, porém, não zelam
para com o mesmo. A “solução” do problema é em longo prazo, vindo através de
grandes investimentos em educação ambiental nas escolas, a criação de empregos
voltados a preservação das matas e do rio, uma maior e eficaz fiscalização dos
dejetos das empresas que se instalaram próximo ao rio, a criação de projetos de
saneamento e de ETA’s e ETE’s somado ao tempo, para conseguir amenizar o
problema do avanço do mar e com isso, preparar o velho Chico para uma
turbulenta transposição, que diminuirá ainda mais sua vazão e agravará os
problemas atuais.
**Escrito por Jadson Freire
0 comentários:
Postar um comentário