Definição: O que é Eutrofização:
A definição de Eutrofização varia de
autor para autor e para livros, mas todos envolvem a relação do ambiente
aquático poluído, e a falta de oxigênio no meio, por fatores diversos, causando
destruição da fauna e flora aquática e na qualidade da água.
Algumas definições de Eutrofização abaixo:
Denominamos Eutrofização ou Eutroficação
o fenômeno no qual o ambiente aquático caracteriza-se por uma elevada
quantidade de nutrientes – principalmente nitratos e fosfatos.
A eutrofização é o
crescimento excessivo das plantas aquáticas, tanto planctônicas quanto
aderidas, a níveis tais que sejam considerados como causadores de
interferências com os usos desejáveis do corpo d’água (Thomann e
Mueller, 1987).
Eutrofização é o processo de poluição
de corpos d´água, como rios e lagos, que acabam adquirindo uma coloração turva
ficando com níveis baixíssimos de oxigênio dissolvido na água. Isso provoca a
morte de diversas espécies animais e vegetais, e tem um altíssimo impacto para
os ecossistemas aquáticos.
A eutrofização (ou Eutroficação) é um
processo normalmente de origem antrópica (provocado pelo homem), ou raramente
de ordem natural, tendo como princípio básico a gradativa concentração de
matéria orgânica acumulada nos ambientes aquáticos.
Margem Eutrofizada
Fatores da Eutrofização:
O problema da eutrofização tem como
ponto de partida o acúmulo de nutrientes dissolvidos na água: os dejetos
domésticos (esgoto), fertilizantes agrícolas e efluentes industriais,
diretamente despejados ou percolados em direção aos cursos hídricos (rios e
lagos, por exemplo). Corpos d´água naturais possuem baixos níveis de nutrientes
dissolvidos, limitando o desenvolvimento de produtores, especialmente as algas.
A cadeia trófica, dessa forma, mantém-se equilibrada. Algas, cianobactérias e
animais que vivem próximos à superfície da água têm, portanto, seu crescimento
limitado. Dessa forma, a luz vinda do Sol consegue atingir as partes mais
fundas dos corpos d´água, e as plantas que ali vivem conseguem realizar
fotossíntese.
Segundo Langanke (2011), o oxigênio da
fotossíntese é dissolvido na água, fazendo com que os animais ali viventes
tenham à disposição uma boa quantidade de gás disponível. Deve-se lembrar que o
oxigênio atmosférico demora a se dissolver na água, e o oxigênio liberado como
produto da fotossíntese de algas e cianobactérias em geral vai para a
atmosfera. Dessa forma, não constituem uma fonte abundante desse gás para os
animais aquáticos. São as plantas enraizadas, em geral, as responsáveis pela
oxigenação de rios e lagos.
O Aumento da disponibilidade de
nutrientes, tem como consequência o aumento considerável no número de algas e
cianobactérias. Num primeiro momento, há mais alimento disponível para os
heterótrofos, mas há pouca troca de gases entre o corpo d´água e a atmosfera,
ocasionando uma baixa oxigenação da água. A maior quantidade de algas na
superfície também diminui a passagem de luz para as plantas enraizadas que
realizam fotossíntese, dificultando seu crescimento. O problema se agrava ainda
mais quando as algas começam a morrer. Uma grande quantidade de nutrientes
provenientes dos corpos dessas algas fica disponível aos decompositores, que
são principalmente bactérias e organismos bentônicos. Esses organismos utilizam
o já pouco oxigênio disponível no processo de decomposição, levando a uma
“desoxigenação” do corpo d´água
Esquema de eutrofização (fonte:ecoUSP)
.
Consequências
da Eutrofização:
São os seguintes os
principais efeitos indesejáveis da eutrofização (Arceivala, 1981;
Thomann e Mueller, 1987; Von Sperling, 1994):
Problemas estéticos e recreacionais. Diminuição do
uso da água para recreação, balneabilidade e redução geral na atração turística
devido a:
Frequentes
florações das águas
Crescimento
excessivo da vegetação
Distúrbios com
mosquitos e insetos
Eventuais maus
odores
Eventuais
mortandades de peixes
Condições anaeróbias no fundo do corpo d’água. O aumento da
produtividade do corpo d’água causa uma elevação da concentração de bactérias
heterotróficas, que se alimentam da matéria orgânica das algas e de outros
microrganismos mortos, consumindo oxigênio dissolvido do meio líquido. No fundo
do corpo d’água predominam condições anaeróbias, devido à sedimentação da
matéria orgânica, e à reduzida penetração do oxigênio a estas profundidades,
bem como à ausência de fotossíntese (ausência de luz). Com a anaerobiose, predominam
condições redutoras, com compostos e elementos no estado reduzido:
O ferro e o
manganês encontram-se na forma solúvel, trazendo problemas ao abastecimento de água.
O fosfato
encontra-se também na forma solúvel, representando uma fonte interna de fósforo
para as algas.
O gás sulfídrico
causa problemas de toxicidade e maus odores.
Eventuais condições anaeróbias no corpo d’água como
um todo.
Dependendo do grau de crescimento bacteriano, pode ocorrer, em períodos de
mistura total da massa líquida (inversão térmica) ou de ausência de
fotossíntese (período noturno), mortandade de peixes e reintrodução dos
compostos reduzidos em toda a massa líquida, com grande deterioração da
qualidade da água.
Eventuais mortandades de peixes. A mortandade
de peixes pode ocorrer em função de:
Anaerobiose
Toxicidade por
amônia. Em condições de pH elevado (frequentes durante os períodos de elevada
fotossíntese), a amônia apresenta-se em grande parte na forma livre (NH3),
tóxica aos peixes, ao invés de na forma ionizada (NH4+),
não tóxica.
Maior dificuldade e elevação nos custos de
tratamento da água.
A presença excessiva de algas afeta substancialmente o tratamento da água
captada no lago ou represa, devido à necessidade de:
Remoção da
própria alga
Remoção de cor
Remoção de sabor
e odor
Maior consumo de
produtos químicos
Lavagens mais
frequentes dos filtros
Problemas com o abastecimento de águas industrial. Elevação dos
custos para o abastecimento de água industrial devido a razões similares às
anteriores, e também aos depósitos de algas nas águas de resfriamento.
Toxicidade das algas. Rejeição da
água para abastecimento humano e animal em razão da presença de secreções
tóxicas de certas algas.
Redução na navegação e capacidade de transporte. O crescimento
excessivo de macrófitas enraizadas interfere com a navegação, aeração e
capacidade de transporte do corpo d’água.
Desaparecimento gradual do lago como um todo. Em decorrência
da eutrofização e do assoreamento, aumenta a acumulação de matérias e de
vegetação, e o lago se torna cada vez mais raso, até vir a desaparecer. Esta
tendência de desaparecimento de lagos (conversão a brejos ou áreas pantanosas)
é irreversível, porém usualmente extremamente lenta. Com a interferência do
homem, o processo pode se acelerar abruptamente. Caso não haja um controle na
fonte e/ou dragagem do material sedimentado, o corpo d’água pode desaparecer
relativamente rapidamente.
**Texto escrito por Jadson Freire, estudante de
Saneamento ambiental em 2011.
Referencias
EXPLICATORIUM,
Explicação de temas diversos. Disponível em: http://www.explicatorium.com/TEMAS-Eutrofizacao.php.Acesso
em: 17/11/2011
AMABIS, J.M; MARTHO, G.R. Fundamentos da Biologia Moderna. 3ª ed. São Paulo.
Editora Moderna, v. único, 2003.
LINHARES, S; GEWANDSZNAJDER, F. Biologia. 1ª ed. São Paulo. Editora Àtica, v.
único, 2008.
INFOESCOLA,
Escola Virtual eutrofização. Disponível em: <http://www.infoescola.com/ecologia/eutrofizacao/>.
Acesso em 17/11/2011.
USP,
Ecologia de conservação em ensino: Eutrofização. Disponível em: <http://eco.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/des_eutro.htm>.
Acesso em 17/11/2011.
VON
SPERLING,M. Introdução a qualidade das águas e ao tratamento de esgotos.
DESA-UFMG.1996.
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